quinta-feira, 31 de julho de 2008

Natureza


É natureza, a chuva que pulveriza toda terra fértil...
A Terra que perfuma todo o ar na mistura do frescor da chuva com o calor.
A Flor solitária que se banha na chuva ao entardecer,
A Folha embriagada com tanta água.
Pessoas lavando mente lavando almas...
A Pulsação que se acalma...
Pegadas que se apagam na areia molhada da praia...
Ondas que crescem no mar azul acinzentado refletindo as negras nuvens do momento.
A ave molhada e sua plumagem pesada...
Sementes brotando... A chuva aguando...
É a natureza, nos cobrindo, nos cuidando!

Maria Flor

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Caminho




O manto negro da noite me cobre,
Nos teus olhos, percebo faíscas de gelo que brilham!
A viagem com a luz das estrelas eu acompanho do espelho.
E neste caminho só elas, tu, eu e Deus.
O Vento que bate na face,
Puxa-me para frente e me guia.
A minha volta, um verde quase negro me invade,
A lua toda cheia lá longe espia...
Viajo junto às estrelas do espelho,
Que Invade este céu todo teu e todo meu,
E seguindo a lua que nos ilumina lá longe,
Chego até o final do teu caminho e do meu.

Maria Flor


sexta-feira, 18 de julho de 2008

Doce engano...



Quando te vi pela primeira vez, pensei que minha vida havia parado alí,

Pensei que havia zerado, para recomeçarmos juntos,

Duas almas perdidas, que enfim se encontravam...

Você veio tão leve e doce,

Eu cheguei tão frágil e suave.

E seu sorriso largo me cativou,

E eu me perdi nos teus olhos brilhantes cor de noite, olhar de menino cheio de estrelas...

E então, eu dancei pra você! Dancei, sob a chuva de outono que caia lá fora,

Você cantou para mim, sua música mais bela da janela por onde me assistia,

E a chuva, revelou meu corpo nu, sob a camisola branca de algodão...

Lembro, que meus pés estavam descalços e você, jogou sobre o chão, sua jaqueta jeans

para protegê-los das pedras no chão.

Então, eu acreditei em você...

E mostrei todas as minhas fichas...As minhas cartas já marcadas...

É, com você esqueci-me de jogar e me revelei...

Mal sabia eu, que você seria meu maior engano,

meu doce engano.


Maria Flor

quinta-feira, 10 de julho de 2008

_Oração ao luar_



Folha de seda,

Papel timbrado e caneta.

Pequenos arranjos arrumados no canto,

Neste exato instante, eu traço, eu rabisco eu crio...


Faço isso sob a luz do luar...

Um luar minguado feito luz de vela, trêmula ao vento.

Observo as sombras, lá fora que crescem!

E meus fantasmas me assombram, junto as sombras das vela.


Tenho medo das sombras, que se mostram com a vela.

Tenho medo do escuro, que esta lua me traz.

Tenho medo de noites, destas noites sem lua, destas noites com a vela,

Do vento soprando a vela, tenho medo do escuro!


E então é nestes dias que rezo. Ajoelho-me e peço...

Peço a Deus que me ampare...Que me leve este medo,

Que me traga outra lua...Uma lua bem cheia...

Para clarear os meus sonhos e meus pensamentos vázios.


Rogo mais que esta lua, me acenda os caminhos...

Meus caminhos e os de todos...

Que não me falte a coragem,

Que não me falte a vontade,

E nem também a liberdade.


Maria Flor

domingo, 6 de julho de 2008

O Ritual





Cai à máscara mostra-se a face,


Caem às vestes nota-se o corpo nu,


Cai o véu que santificava o ato,


Então, revela-se a pele nua, machucada, deflorada...


Pele em flor já sem o frescor dos seus tempos em botão


Pétala a pétala é recolhida pelo chão,


Em forma de capítulos para serem jogados do alto


E o vento enfim, celebrará a morte em vida.


Maria Flor

quarta-feira, 2 de julho de 2008

_Inverno_


Nas primeiras horas da manhã, ouço os pássaros que passam por aqui rumo ao mar...
Eles passam num ritual sempre igual...E o sol, entra fácil pelas frestas da janela avançando pela cortina rendada...Percebo flores iluminadas bailando pelas paredes do quarto...Elas iluminam as sombras ainda adormecidas e descem até o chão...
A luz do sol, brinca com meus cabelos e acaricia minha face, percorre todo o meu corpo e aquece mais ainda os lençóis, aos poucos vou despertando para vida que a esta hora, ferve lá fora.
Fecho novamente os olhos e imagino rostos das mais variadas cores misturados pelas ruas e avenidas da cidade...Sinto já os ares de julho, é o inverno que bem de mansinho vem se chegando.


Maria Flor